terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Semelhanças entre o Record e a FIFA

Miguel Amaro, jornalista do Record, fez um artigo de opinião sobre os adversários que o sorteio colocou no caminho de Portugal no mundial do Brasil. 

Gostaria de destacar o último parágrafo, que fala sobre algo que não diz respeito diretamente à seleção portuguesa:

Outro desejo para este Mundial não diz respeito à nossa Seleção. Espero, sinceramente, que a França seja eliminada o mais cedo possível. A falta de vergonha na história da alteração dos potes foi do mais baixo que tenho visto mas, pensando melhor, estando Platini e Blatter na história até nem me surpreende.

Vemos portanto um jornalista do Record a insurgir-se contra:
  • uma instituição que deveria ser isenta que beneficia de forma clara a França, prejudicando uma outra seleção europeia (que neste caso calhou ser a Itália);
  • uma instituição que se sente à vontade para não respeitar os regulamentos definidos só porque que lhe apetece;
  • os responsáveis máximos da FIFA e UEFA, que representam o que de pior há naquelas instituições.

Estou inteiramente de acordo com o que Miguel Amaro escreveu. É uma vergonha a FIFA ter tido este comportamento. Ninguém acredita que se fosse a Bósnia a ter que ficar no pote 2, que a FIFA alterasse as regras como o fez na semana passada. E Blatter e Platini são de facto uma vergonha enquanto líderes de instituições que não deveriam olhar para as cores das camisolas quando tomam decisões.

Gostaria no entanto de sugerir a este jornalista e aos seus colegas que façam uma transposição deste caso para:
  • a postura que o Record tem tido em relação ao Sporting, como foi exemplo a peculiar tabela classificativa que apresentou nas últimas semanas;
  • o tratamento privilegiado, quase reverencial, que tem dado ao Benfica e em particular a Luís Filipe Vieira;
  • as crónicas facciosas do seu diretor, João Querido Manha, que muda de postura em relação aos erros de arbitragem em função do clube que é beneficiado ou prejudicado.

É que o Record é um órgão de comunicação social, composto por jornalistas que têm na isenção uma das suas principais obrigações. Miguel Amaro tem razão e todo o direito de exigir isenção à FIFA. Mas podem ter a certeza que os sportinguistas têm todo o direito de exigir isenção ao Record.