sábado, 28 de fevereiro de 2015

Mentorias improváveis, ou todo um novo significado para a frase "Sigam o King"

Nos últimos dias, os benfiquistas têm andado numa roda viva pela blogosfera e redes sociais fora a elaborar dois tipos de listas: (1) uma compilação dos casos de jogadores ligados contratualmente ao Porto que não alinham contra o seu clube - algo que todos sabem que o Benfica também faz com total despudor; (2) e o apanhado dos casos de um fenómeno que agora parece estar a ganhar popularidade, que é o dos jogadores emocionalmente ligados ao Porto que viram um cartão amarelo ou vermelho que os deixou de fora na partida contra os azuis e brancos.

Estive à procura de um exemplo ilustrativo para partilhar aqui no blogue. O problema é que não é fácil encontrar um não contenha incorreções factuais, omissões convenientes, ou erros ortográficos ou de sintaxe significativos. Mas felizmente, com algum esforço, lá acabei por encontrar este:

Rui Gomes da Silva aprova esta mensagem no seu Facebook

Agora mais a sério: como é evidente, nunca teremos forma de saber se estas situações são fruto do acaso ou se os jogadores optaram, por iniciativa própria, por se excluírem do jogo contra o seu clube do coração orientados por um sentido de lealdade pouco compatível com seu o estatuto de jogador profissional. Mas independentemente disso é legítimo que os benfiquistas chamem a atenção para todas estas coincidências - ainda mais considerando que os desabafos de André Simões no Facebook estão bem frescos na memória de todos. 

No entanto, parece-me que os próprios benfiquistas deveriam simpatizar com este tipo de atitudes, já que André Simões, André André e Tengarrinha estão apenas a seguir as pisadas de uma lenda que é venerada há décadas no estádio da Luz como um exemplo de desportivismo e seriedade:

(obrigado, José!)

Qual é a silver lining no meio disto tudo? Partindo do pressuposto de que os três jogadores mencionados se excluíram propositadamente do jogo com o Porto, pelo menos deram lugar a outro que dará o litro. Não é grande atenuante, eu sei, já que não deixaria de ser mais um exemplo de desvirtuamento da verdade desportiva no futebol português. Comparando objetivamente os dois casos, este novo surto de suspensões consegue ser menos mau do que aquilo que Eusébio fez perto do final da sua carreira: ir para dentro de campo mais preocupado com os interesses do adversário do que com os da equipa que na altura representava.

Bom dia! Hoje é dia de...



Benfiquistas, não se esqueçam de passar pela tienda roja para se equiparem devidamente...


... e poderem testemunhar in loco no Estádio da Luz, também designado pela televisão pública como...


... mais uma exibição de sonho do melhor ponta-de-lança do futebol português!


(obrigado, BURN_ !)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Aplauso


Os dois pés de William Carvalho

O direito...


... e o esquerdo.

Um passe que rasga meia equipa adversária

Um toque de primeira de William que atravessa a área de ação de 6 adversários e deixa Tanaka na cara de Benaglio. Que monstro!

Obrigado por nos fazerem acreditar!

Não é segredo para quem passa por aqui que não estava propriamente confiante em relação às nossas possibilidades de eliminarmos o Wolfsburgo. Quando escrevo no título do post "por nos fazerem acreditar", faço-o obviamente em primeiro lugar em nome pessoal, mas a avaliar pela composição das bancadas creio que eu não seria um caso único no universo sportinguista. 

A verdade é que, apesar do resultado final, dei por bem empregue o tempo e o dinheiro que gastei para estar presente no estádio. O Sporting fez um excelente jogo e dominou aquela que será uma das equipas em melhor forma em todo o continente europeu. Sim, é certo que no início o Wolfsburgo concedeu intencionalmente a iniciativa do jogo ao Sporting, preferindo controlar a partida correndo poucos riscos. No entanto, por mérito nosso, a partir dos 30 minutos conseguimos dominar efetivamente a partida - e os alemães simplesmente não conseguiam manter-nos afastados da sua baliza. Fica por saber a forma como reagiria emocionalmente o Wolfsburgo se tivéssemos conseguido concretizar uma das muitas oportunidades de que dispusemos, mas suspeito que iriam sofrer bastante.

No final, acabou por ser uma eliminatória que foi definida pela qualidade na concretização. Em tudo o resto tivemos uma prestação quase irrepreensível que em nada foi inferior à dos alemães e que me fizeram efetivamente acreditar durante o jogo que poderíamos conseguir recuperar da desvantagem.



Positivo

Personalidade, atitude, concentração e raça - não foi por falta de esforço que fomos eliminados. Toda a equipa sem exceção deixou a pele em campo e batalhou por cada bola como se disso dependesse a eliminatória. Ganhámos a maior parte dos lances divididos e segundas bolas, e soubemos sempre fechar os espaços com grande competência, que foi decisivo para impedirmos que o Wolfsburgo causasse situações de perigo junto à nossa baliza. Quisemos mandar no jogo e conseguimos por vezes encostar os alemães às cordas. Faltou o uppercut nos queixos para os deixar cambaleantes e à mercê de um golpe final que nos garantiria o KO. O panorama só acabou por mudar nos últimos 15 minutos, quando os jogadores começaram a revelar o desgaste do esforço colocado em campo nos primeiros 75. 

No meio também está a virtude - no jogo com o Gil Vicente, o Sporting voltou à procura frequente do jogo interior junto da área do adversário, e no jogo de hoje isso foi mais uma vez evidente. Nani, Carrillo, Adrien, João Mário, William e até Cédric procuraram com insistência jogar pelo meio de forma apoiada e paciente, à espera que aparecesse uma oportunidade para perfurar a defesa alemã. Com ou sem Slimani, espero que esta ideia de jogo seja para manter e desenvolver - pois faz com que o nosso futebol seja bastante mais imprevisível contra adversários que se fecham no seu meio-campo.

Meister William - mais um grande jogo. Está a passar a bola como nunca - impressionante a precisão nos passes longos -, fez um remate para uma grande defesa de Benaglio e apareceu com muita frequência em terrenos mais avançados, sem no entanto comprometer a solidez defensiva da equipa. Está numa forma extraordinária.

Nani em subida de rendimento - muito dinâmico sobretudo na procura de espaços interiores. Está claramente a recuperar a forma perdida. Pena apenas as oportunidades de golo que desperdiçou.

As piscinas de Cédric - cansou só de olhar. Perdeu o respeito a Schurrle e nunca teve problemas em subir no flanco sempre que teve oportunidade. Soube também fletir para o centro do terreno por diversas situações para procurar soluções ofensivas alternativas. Apesar desse balanceamento atacante, revelou sempre uma enorme disponibilidade defensiva, nunca perdendo tempo para se reposicionar quando os alemães recuperavam a bola - o que já é uma das suas imagens de marca. Nem sempre decidiu ou executou bem, mas teve uma exibição muito positiva.

A dupla de centrais - mais um jogo de exigência máxima, mais uma exibição muito positiva de Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo. Já o escrevi antes e volto a fazê-lo: estão a superar todas as expetativas e enche-me a alma pensar na tremenda margem de progressão que esta dupla ainda tem.


Negativo

Não desdenhar sempre o pé que está mais à mão - mais uma vez foi a má finalização que deitou tudo a perder. É verdade que muitas ocasiões não foram concretizadas por mérito do guarda-redes, outras por falta de sorte. Acontece. Mas incomoda ver tantas situações em que os jogadores têm boas condições para alvejar a baliza e optam, em vez do remate, por dar mais um toque, fazer mais um adorno, preferir passar para um colega supostamente em melhor posição. Gosto de jogadores inteligentes que procurem melhorar as hipóteses da equipa de chegar ao golo, mas a inteligência tem que considerar: a) há o risco de a ideia inteligente não ser bem executada; b) há o risco de haver um defesa inteligente que antecipa a ideia inteligente do avançado; c) há o risco de estarmos a dar tempo à defesa adversária de se reposicionar e anular o perigo. E se a), b) ou c) acabam por se verificar com demasiada frequência, provavelmente será sinal de que somos menos inteligentes do que pensamos. Espontaneidade precisa-se.

A assistência no estádio - custa ver um jogo com um adversário deste nível com bancadas tão mal compostas. No entanto, quem esteve no estádio proporcionou mais um grande ambiente, com apoio incondicional do princípio ao fim. Os 23000 presentes podem ter sido poucos, mas foram muito bons.



Penso que será percetível que não me sinto muito abatido por esta eliminação. Para mim, a Liga Europa é muito mais um risco do que uma oportunidade para o sucesso de uma época desportiva. Com uma quantidade infindável de jogos à 5ª feira, compromete a disponibilidade física para os jogos no campeonato no fim-de-semana seguinte. E não nos podemos esquecer que uma competição com equipas como o Wolfsburgo, Liverpool, Tottenham, Roma, Fiorentina, Zenit, Ajax, Anderlecht, Sevilha, Besiktas e Inter só pode ser ganha por uma equipa que ou tenha um plantel muito profundo, ou que coloque a Liga Europa como a sua principal prioridade - luxos que nós não temos. E tudo isto para um prémio financeiro pouco mais que insignificante.

Não há feridas a lamber nem um resultado a lamentar porque o Wolfsburgo é um adversário de fase a eliminar na Champions e a prestação dos nossos jogadores nas competições europeias foi globalmente positiva. Dediquemo-nos agora ao que é realmente importante: campeonato e taça.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

R3virav0lta

Se o meu lado racional me diz que concretizar a reviravolta contra uma equipa do valor do Wolfsburgo é uma tarefa praticamente impossível, o meu lado emocional diz-me - e com "razão" - que um clube como o Sporting nunca poderá deixar de fazer tudo o que esteja ao seu alcance para atingir o impossível.

Poucos seriam aqueles que acreditariam que o Sporting teria alguma hipótese de seguir em frente depois de perder 4-1 em Manchester. O que é facto é que na 2ª mão, ao fim de 54 minutos, já vencíamos por 5-0, naquela que foi uma etapa memorável de uma das mais extraordinárias páginas da história do clube - a conquista da Taça das Taças.

Curiosamente, essa caminhada começou numa eliminatória com o Atalanta. Perdemos 2-0 em Itália e vencemos por 3-1 em Alvalade, que nos permitiu resolver a eliminatória num jogo de desempate. Seguiu-se uma também célebre eliminatória com o Apoel, graças à vitória por 16-1 que ainda é hoje um recorde das competições europeias. Seguiram-se o Manchester United, o Lyon e a final com o MTK - resolvida num jogo de desempate com o épico Cantinho do Morais.

Não quero estar aqui a dar uma lição de história a ninguém, já que eu ainda nem era um projeto de ser humano na altura em 1964, e há-de haver por aí muitos sportinguistas capazes de contar esta história com muito mais detalhe e emoção de quem viveu o momento, mas a ideia que queria deixar é que no futebol não existem impossíveis. As probabilidades não são favoráveis para o nosso emblema, mas é das situações mais complicadas que nascem os momentos inesquecíveis que moldam a alma e a história de um clube.

Quanto ao onze para logo, espero que Slimani seja titular se estiver a 100%. Pela forma como Marco Silva falou do argelino, parece-me que é quase certo que será utilizado - como titular ou suplente, logo veremos. Regressam Cédric e Adrien, e penso que Jonathan será a opção mais adequada para a esquerda (Miguel Lopes fez um bom jogo contra o Gil Vicente e poderia fazer a posição, mas aposto no argentino). De resto, é acreditar que Nani aproveitará a embalagem psicológica daquele momento sublime do passado domingo, e que contagiará Carrillo e João Mário para juntos trocarem os olhos dos alemães à entrada da sua área. Que Tobias e Paulo Oliveira farão o melhor jogo das suas curtas carreiras e abafarão o temível ataque alemão. E que Adrien - agora com o monstro William ao seu lado - limparão a maior parte das iniciativas de contra-ataque em que os alemães certamente apostarão.

Jogue quem jogar, se colocarmos a mesma atitude e personalidade na primeira mão, se conseguirmos evitar os lapsos de concentração que nos custaram o primeiro golo, se lutarmos até ao limite pelo golo seguinte que nos aproximará do sucesso na eliminatória, então serei um adepto satisfeito ao abandonar o estádio após o apito final do árbitro. Com ou sem o passaporte para a eliminatória seguinte na mão.


Nojo

Vi hoje um vídeo feito por supostos sportinguistas que é um absoluto nojo. Não vou referir o título nem pôr o link porque ou é uma brincadeira de muito mau gosto ou é o produto da mente de gente doente, e como tal não merece ser divulgado.

O alvo do vídeo são os benfiquistas em geral. Quem viu sabe certamente do que estou a falar. Quem não viu, acredite em mim, está melhor do que quem já o viu.

Esta malta tem que procurar tratamento. E de preferência que se mantenham longe dos estádios de futebol até se curarem do quer que seja que os aflige.

A não expulsão de Jackson e a simulação de Salvio

Sendo este blogue um espaço de opinião pessoal declaradamente sportinguista, não sinto por norma qualquer necessidade de ter que me justificar pelos posts que decido ou não fazer. No entanto, vejo algum interesse em esclarecer porque é que a simulação de Salvio (um lance que não afetou diretamente o meu clube) teve direito a um post, enquanto que a falta violenta de Jackson no jogo com o Boavista (um lance que afetou diretamente o meu clube) passou sem qualquer referência da minha parte.

Isto vem a propósito de algumas interpelações de adeptos benfiquistas nas caixas de comentários de posts anteriores.

Começo por deixar clara a minha opinião sobre ambos os lances: acho que Jackson devia ter sido expulso - e como tal não deveria poder jogar contra o Sporting -, e acho que Salvio simulou falta na área - pelo que Jorge Ferreira lhe deveria ter mostrado o cartão amarelo.

O que me incomodou no lance da simulação de Salvio foi a reação da blogosfera e redes sociais benfiquistas ao lance. Acompanho vários espaços de adeptos benfiquistas e todos defendem que ficou um penálti por marcar. Mais, alguns deles apresentaram a fotografia ou o GIF animado (que terminava no momento do suposto contacto, não mostrando o salto de Salvio) que apresentei no post. Não vi nenhum blogue ou qualquer outro espaço nas redes sociais que mostrasse um vídeo completo do lance.

Falta de recursos técnicos para fazer o vídeo? Claro que não. Fosse um lance polémico de outro clube não tardariam a aparecer vídeos de toda a espécie e feitio, como o fizeram, por exemplo, na suposta agressão de Martins Indi no Paços Ferreira - Porto da 1ª volta - e que circularam depois por todo o lado.

Para mim, isto é um sinal claro de que os benfiquistas revelam agora aquilo que tanto criticavam nos portistas: incapacidade de reconhecer ou admitir uma situação de benefício sistematizado. Não sei se estão a viver num estado de negação ou se simplesmente estão a borrifar-se para a verdade desportiva que ainda gostam de apregoar, mas o que é facto é que não é a primeira vez que tentam mascarar uma realidade distorcendo factos ou apresentando uma imagem incompleta do que aconteceu.

Lembram-se do que aconteceu no Belenenses - Benfica do ano passado? O mesmo Jorge Ferreira anulou um golo limpo ao Belenenses, e a blogosfera benfiquista - liderada pelo paladino Rui Gomes da Silva - de imediato inundou a opinião pública de imagens de documentos do International Board alegando que o jogador em fora-de-jogo posicional tapava a visão de Oblak no momento do remate, e que como tal o golo tinha sido bem anulado - apesar de ser óbvio que não existia qualquer obstrução à visão do guarda-redes.



Dos 3 erros de arbitragem de Jorge Ferreira mais falados no Moreirense - Benfica (o canto mal assinalado que dá origem ao 1º golo do Benfica, a expulsão de André Simões e o penálti de Eliseu) só me incomodou verdadeiramente a expulsão, que apesar de ser legítima em função das palavras proferidas pelo jogador, não é prática comum nos relvados. Ou seja, para mim o problema foi um critério ter sido invertido num momento muito conveniente. E, como é evidente, a suspeição ganha contornos mais credíveis pelo facto de todos os erros mais falados da partida terem beneficiado sempre o Benfica.

Ora, com isto chegamos à expulsão de Jackson. Porque é que não tive uma reação semelhante? Por dois motivos.

O primeiro é que o árbitro do Boavista - Porto enganou-se para os dois lados. Começou por deixar passar em claro um penálti a favor do Porto que desbloquearia o jogo, e não puniu com cartões algumas entradas bastante duras de jogadores do Boavista. Como tal, duvido que estivesse ali com ideias de beneficiar intencionalmente o Porto.

O segundo motivo é que o juiz em causa era Hugo Miguel, provavelmente o mais permissivo árbitro que existe no primeiro escalão. Não o acho um bom árbitro, mas foi fiel ao critério dele - que não costuma mudar em função dos clubes em ação. Por exemplo, Hugo Miguel foi o árbitro do Guimarães - Sporting, em que prejudicou o Sporting ao validar mal o 2º golo vimaranense e ao assinalar indevidamente o penálti que deu origem ao 3-0. Nesse jogo, o Sporting cometeu 21 faltas e Hugo Miguel apenas mostrou 1 cartão amarelo. O Guimarães fez 17 faltas e o árbitro mostrou 2 amarelos.

Aliás, mais do que a qualidade do trabalho de Hugo Miguel no Boavista - Porto, o que me incomodou verdadeiramente foi a sua nomeação para esse jogo. Colocar um árbitro permissivo era meio caminho andado para que o Porto ficasse mais salvaguardado de eventuais incidentes que pudessem provocar a expulsão de jogadores seus - e que os deixariam de fora no clássico.

Mais: querem saber uma "coincidência" gira? Qual foi o jogo do Benfica que antecedeu o Sporting - Benfica de há algumas semanas atrás?

Benfica - Boavista.

Quem foi o árbitro?

Hugo Miguel.

Por algum motivo Jorge Jesus ter-se-á sentido suficientemente confiante para utilizar Talisca, apesar do risco de suspensão para o Sporting - Benfica. Apesar de o Benfica ter cometido 18 faltas contra o Boavista, Maxi foi o único que viu um amarelo, e já nos descontos. Nessa mesma jornada, o Sporting apanhou... Jorge Ferreira, que mostrou 4 amarelos e 1 vermelho a jogadores do Sporting (1 cartão por cada 2,8 faltas), e apenas 1 amarelo a jogadores do Arouca (em 11 faltas). Jonathan acabou por ficar de fora do dérbi por suspensão. 

Jackson é um jogador que admiro imenso e aquele que, dos que jogam em Portugal noutros clubes, mais gostaria de ver no Sporting, mas não deveria poder jogar no clássico. Mas no meio de tantas coisas estranhas que se passaram neste fim-de-semana (e que se têm passado ao longo de toda a época), a forma como não foi expulso não é definitivamente uma das que me preocupam mais.  

Comprado há pouco


#EuVouLáEstar 
#R3virav0lta
#NósAcreditamosEmVocês

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Antevisão do Sporting - Wolfsburgo

Esteve bem Marco Silva ao não comentar as 4 (quatro) perguntas feitas pelos jornalistas sobre Jefferson. 

E já é oficial: Slimani e Gauld convocados para amanhã. Pela conversa de Marco Silva parece-me quase certo que o argelino será utilizado. Resta saber se será titular ou se começará no banco.

#R3virav0lta

Mapa de castigos a beneficiar os grandes, à 23ª jornada




Se alguém encontrar alguma falha ou omissão, por favor diga.

O afastamento de Jefferson da equipa

Tanto quanto tive oportunidade de ler, existem três versões contraditórias a circular: uma de fonte presumivelmente ligada ao jogador, que diz que Jefferson se dirigiu ao presidente de forma correta e que foi recebido com agressividade; outra presumivelmente ligada ao presidente, que refere que o jogador entrou intempestivamente na sala onde estava Bruno de Carvalho e acusando-o de ser mentiroso; e ainda uma terceira, que indica que a conversa começou de forma calma e foi subindo de tom gradualmente.

Não sabendo qual das versões é a verdadeira, a única conclusão que posso tirar disto tudo com toda a certeza é que o principal prejudicado é o clube - ainda mais porque este episódio acontece numa semana em que teremos três jogos fundamentais para o nosso futuro nas competições em que estamos presentes.

Desejo por isso que o caso que se resolva rapidamente. Compreendo a questão do respeito que é devido ao presidente pelos funcionários do clube, percebo a importância de manter uma linha de autoridade, mas lamento que mais uma vez não se tenha encontrado uma punição que não envolva automaticamente o afastamento do jogador do grupo de trabalho. 

Noutros clubes uma questão destas com um jogador importante do plantel seria resolvida rapidamente numa de duas formas: insinuação de que poderia acontecer um acidente na rua envolvendo um esmagamento de rótula, ou oferecer uma melhoria contratual significativa imediatamente ou no final da época. Não tendo nós jagunços para fazerem serviços desse tipo (e ainda bem) ou folga orçamental para aumentar os salários de todos os jogadores que reclamem (o que seria pelas razões erradas), teremos que apostar no bom senso como arma principal de resolução deste tipo de casos.
 
Com certeza que se impunha um processo disciplinar, dando a oportunidade de a frio falar com o empresário, dando espaço para o jogador se retratar da sua atitude, podendo depois resolver-se o caso com uma multa ou com um afastamento posterior numa fase menos fulcral da temporada. Enquanto todo esse processo decorria, o jogador jogava. 

O Sporting é um clube que, pela política desportiva que segue e pelas restrições orçamentais que tem, está muito exposto a situações deste tipo. Não é uma questão dos jogadores do Sporting serem piores profissionais do que os outros - certamente que casos destes acontecem em todos os outros clubes -, mas simplesmente porque temos muitos jogadores que facilmente receberão propostas salariais muito superiores às atuais, e porque temos poucos meios financeiros para, no imediato ou num futuro próximo, irmos ao encontro das aspirações dos jogadores. 

É preciso no entanto referir que acredito que seja terrivelmente complicado encontrar o equilíbrio entre uma abordagem autoritária que desencoraje episódios futuros e uma linha de permissividade que acabe por colocar o poder nas mãos dos jogadores. E não sabendo o que se passou não posso estar a elogiar ou condenar sumariamente Bruno de Carvalho pela decisão que tomou.

Uma última palavra para Jefferson: por que raio é que achou que este seria um bom momento para falar de uma possível transferência para Kiev - que contratou Antunes há quase um mês? Alguém o avisou que se trata de um clube de um país em guerra e cuja moeda desvalorizou 300% ao longo do último ano? Devia era estar totalmente concentrado nos jogos que aí vêm.

Novo jogo de tabuleiro





OS SUSPEITOS


O MÉTODO


O LOCAL DO CRIME

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Pensamento solto

Multar Jorge Jesus em €39 é o mesmo que tentar punir um português médio por uma infração grave multando-o em 13 cêntimos.

Isto está giro, está

Bruno de Carvalho suspenso por 30 dias por lesão da honra e reputação de agentes desportivos - o roupeiro do Gil Vicente. O futebol português não para de nos surpreender.

Ainda sobre André Simões

Dois comentários que me parecem muito pertinentes. O primeiro de um benfiquista no Twitter em relação à atitude do jogador durante e após o jogo com o Benfica:



No entanto, a idiotice do jogador não invalida que se discuta o critério seguido por Jorge Ferreira. Não é normal um jogador ser expulso numa situação em que não confronta diretamente o árbitro ou gesticula de forma bem visível.

E o segundo do Férenc Meszaros num post anterior, sobre o profissionalismo do jogador:

A verdade é que é impossível controlar a vontade de um jogador. Se quiser não jogar no jogo seguinte não joga, se quiser expulsar-se expulsa-se, se quiser fazer auto-golo faz.



Agora, um idiota sem cabeça que não tem problemas em prejudicar intencionalmente o clube que representa não pode jogar futebol profissional. E foi por pensar mais no porto do que no Moreirense que se deixou expulsar e prejudicar a(s) sua(s) equipa(s). Com mais ou menos rigor do árbitro.



Se eu fosse ao Moreirense sabia bem o que lhe fazia...

Para quem não viu a forma como André Simões viu o amarelo que o afastou do jogo com o Porto, aqui fica: LINK

Nomeações à medida das nádegas


Uma vergonha. A Santa Aliança no seu mais perfeito esplendor.

Soares Dias é um bom árbitro, mas desde que foi arrasado por Pinto da Costa na sequência do Benfica - Porto de 2013/14, tem andado a tentar cair de novo nas boas graças do Papa.

Foi recentemente o árbitro do Penafiel - Porto, em que entregou de mão beijado os 3 pontos ao Porto, validando 2 golos irregulares.

Quanto ao Estoril, que já tinha os centrais suspensos, vai ter a dificuldade acrescida de defrontar um dos maiores pontas-de-lança do futebol português. E não estou a falar nem de Jonas nem de Lima.

Uma vergonha.

Coincidências, por certo

É bonito ver a forma como André Simões, o jogador do Moreirense expulso por Jorge Ferreira, demonstra nas redes sociais o amor pelo emblema que representa... e não só.




Em função disto, acontecimentos como o que podem ver imediatamente em baixo acabam por não ser totalmente surpreendentes:


Não sendo isto prova de absolutamente nada, é legítimo que se levantem dúvidas em relação à motivação do jogador quando defronta (ou não) o seu clube do coração. E certamente que não faltarão outros casos semelhantes por esse país fora.

O penálti sobre Salvio

Ainda não tinha visto com atenção o lance que dá origem ao canto de onde nasce o 1º golo do Benfica contra o Moreirense. Pelo que fui lendo, há unanimidade quanto ao facto de o canto ter sido mal assinalado, mas praticamente todos benfiquistas reclamam de uma falta para penálti sobre Salvio.

Vi também blogues e adeptos do Benfica nas redes sociais a ilustrarem o seu ponto de vista com uma fotografia de um momento em que a perna da defesa do Moreirense está aparentemente em contacto com a de Salvio, e com um gif animado manhoso com 4 ou 5 frames que termina no preciso momento em que se dá o tal suposto contacto.



Segundo esses indivíduos, isto que acabei de mostrar são provas irrefutáveis de que existiu falta para penálti.

Posso estar a ser picuinhas, mas para mim não é suficiente nem é prova de absolutamente nada. E numa altura em que os principais operadores de cabo proporcionam aos seus clientes o serviço das gravações automáticas, em que qualquer português tem um telemóvel com a capacidade de fazer filmes, e num mundo onde não faltam sites onde qualquer ser humano com acesso à internet pode alojar e publicar gratuitamente os seus vídeos, fico logo de pé atrás quando a única coisa que conseguem apresentar para sustentar a sua posição é uma fotografia ou um uma sequência de frames aos soluços.

Como gosto de transparência nestas coisas e tenho a felicidade de ter acesso às gravações automáticas, de possuir um smartphone e de dispor de uma ligação à internet, aqui fica o meu contributo para que todos possam avaliar o lance com algo melhor que um ficheiro de vídeo de qualidade digna de 1995.

Cada um que tire as conclusões que quiser. Eu dou 6 pontos em 10 ao salto para a água. Já vi bem melhor.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Assino por baixo

"Mentira", pelo Núcleo Sportinguista da Carapinheira. (LINK)

11 contra 11

Em igualdade numérica


Nota: nesta tabela estou a considerar uma derrota do Sporting em Belém, pois quando Cédric foi expulso o Belenenses vencia por 1-0. O golo do empate surgiu depois disso.


Em desvantagem numérica



Em vantagem numérica



Estatística dos cartões


Estes números referem-se a 22 jogos de Sporting e Benfica, e a 21 do Porto (que só mais logo joga no Bessa).

Missão cumprida com um rasgo de génio

Perante o desgaste evidenciado por uma boa parte da equipa titular e perante a proximidade de 3 jogos que poderão definir o nosso futuro em 3 competições diferentes, Marco Silva decidiu fazer - e bem - uma mini-revolução no onze que subiu ao relvado para defrontar o Gil Vicente. No entanto, isso acabou por não mudar aquilo que já é uma irritante imagem de marca do Sporting desta época: uma primeira parte murcha e pouco intensa, passada demasiado longe da área adversária e com poucas ocasiões de perigo.

A equipa regressou dos balneários com outra atitude, intensificando a pressão e acelerando as ações ofensivas, explorando com mais insistência o corredor central para criar desequilíbrios, e acabando por conseguir uma segunda parte agradável de seguir, tendo como ponto alto a obra de arte de Nani - que por si só valeu a deslocação ao estádio.

A própria reação de Nani ao golo que marcou deixa adivinhar um efeito psicológico positivo que poderá ser muito importante para o jogador, e que pelo peso que tem na equipa poderá contagiar outros que têm andado um pouco abaixo daquilo que sabem fazer. E como seria importante que isso acontecesse neste momento...




Positivo

O golo de Nani - um remate absolutamente extraordinário que conquistou um lugar na galeria dos melhores golos da época. Mas houve mais Nani que isso. Fez o desvio ao 1º poste para o golo de Tanaka, e só não marcou em duas outras ocasiões porque o Gil Vicente tinha um enorme guarda-redes na baliza. Mesmo estando ainda afastado das melhores exibições que já lhe vimos realizar esta época, acabou por ser fundamental na obtenção da vitória.

João Mário a 8 - calhou-lhe fazer o papel de Adrien e saiu-se bem. Aliás, arrisco a dizer que se saiu melhor do que Adrien se sairia se tivesse jogado. Para além de ter cumprido defensivamente - apesar de não ter sido um jogo exigente nesse aspeto - e de ter sido o jogador esclarecido a que nos habituou, nunca teve medo de subir no terreno e ajudar a aumentar a presença na área. É uma opção a rever em futuros jogos com estas características. E esteve muito bem ao afastar William do árbitro quando este protestava uma decisão absurda.

A dupla de centrais - mais uma exibição de qualidade de Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo. Num jogo em que o volume ofensivo adversário foi escasso, revelaram enorme utilidade para o coletivo ao fazerem bem a pressão mal os jogadores mais adiantados do Gil recebiam a bola em lances de potencial contra-ataque.

Oportunidades bem aproveitadas - Tanaka e Miguel Lopes aproveitaram bem a titularidade. O japonês marcou um golo pleno de oportunismo, fez uma excelente assistência de peito para João Mário e quase bisava perto do final (grande defesa de Adriano), e teve outros bons pormenores ao longo do jogo. Perante tal eficiência na área, apenas me pergunto por que motivo tem tanta tendência para pisar outros terrenos mais afastados da baliza. Miguel Lopes fez uma primeira parte sofrível, mas melhorou imenso na segunda parte com várias iniciativas que levaram perigo para a baliza do Gil Vicente. Acabou por estar ligado ao monumento de Nani ao marcar o lançamento de linha lateral. André Martins esteve bastante ativo na primeira parte, baixando de rendimento na segunda, mas arriscou pouco ao nível do passe e quase nunca entrou na área. Precisa de fazer mais se quer ser opção para aquela posição.

42098 - quantos clubes em Portugal colocariam 42098 espectadores (de carne e osso, não falo de espectadores-fantasma que outros se habituaram a registar nas suas assistências) no estádio quando a equipa está a nove pontos da liderança e vem de uma série de três jogos sem ganhar? Eu respondo: um, o Sporting. Imaginem como será quando recomeçarmos a ganhar títulos com regularidade.  

Adriano e a atitude do Gil Vicente na primeira parte - na 2ª volta ainda não tínhamos recebido um adversário que não viesse apenas para o pontinho e que não abusasse do antijogo em todas as ocasiões possíveis. O Gil, dentro das suas limitações, tentou jogar e nunca recorreu a expedientes de equipa pequena para fazer avançar o relógio. E o que é facto é que, mesmo jogando de uma forma positiva, conseguiu ir para o intervalo com o mesmo resultado que os outros - muito por culpa de Adriano Facchini, que impediu a goleada com uma enorme exibição. Sempre simpatizei com o Gil Vicente - não é clube que se dobre para prestar vassalagem aos donos deste futebolzinho e faz o seu percurso de uma forma digna - e fico a torcer para que consigam a manutenção.


Negativo

A intensidade colocada na primeira parte - não é novidade nenhuma no Sporting 2014/15, mas o que é facto é que voltou a acontecer. Lentidão na circulação de bola, pouca acutilância na aproximação à área, pressão demasiado ligeira no meio-campo adversário. Apesar de ter sido o suficiente para controlar totalmente a partida, foram demasiado escassas as oportunidades de golo criadas para um jogo destas características.

O risco de colocar William - notou-se claramente que William começou o jogo com demasiadas cautelas na abordagem aos portadores de bola adversários. Ameaçava ser menos um a defender, mas felizmente com o decorrer da partida conseguiu encontrar o equilíbrio certo entre a agressividade defensiva e as cautelas para não ver amarelo. Mesmo assim, esteve muito perto de ver o amarelo por protestos depois de uma decisão incompreensível do árbitro. Jorge Ferreira não perdoaria.



O nível exibicional poderia ter sido mais constante, mas o importante é que regressámos às vitórias - e com direito a um golo estrondoso que ficará na memória dos sportinguistas durante muito tempo (Nani já nos tinha oferecido outra prenda deste calibre contra o Maribor). Pelo meio ainda deu para gerir o plantel sem perder qualquer jogador para o jogo com o Porto. Missão cumprida.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

A resposta é... sim!


(roubado ao @andrerodpt)

Obra de arte

Regressar às vitórias

A brincar, a brincar, já vamos numa série de 3 jogos sem ganhar. Comprometemos a continuidade na Liga Europa e despedimo-nos virtualmente da disputa pelo campeonato. É verdade que o único resultado verdadeiramente negativo é o empate em Belém, mas as circunstâncias como deixámos fugir a vitória no jogo com o Benfica acabou por lhe dar também um sabor a derrota. Coloco o Wolfsburgo noutro patamar, pois parece-me uma equipa que tem um andamento que está muitos pontos acima de qualquer equipa portuguesa.

É por isso fundamental regressar às vitórias. O Gil Vicente é o adversário ideal, nesse sentido - a nossa vitória em Barcelos foi provavelmente a mais tranquila que tivemos esta época (jogos da Taça de Portugal e Taça da Liga incluídos).

Não ignoro que os nossos adversários de logo atravessam a sua melhor fase da época, seguindo numa série de duas vitórias consecutivas e quatro jogos sem perder, nos quais se incluem uma vitória na casa do Marítimo, um empate em Guimarães e uma vitória caseira contra o Paços Ferreira. É necessário respeitá-los, implicando total concentração e empenhamento dos nossos jogadores desde o primeiro minuto. O ideal seria resolver cedo para gerir depois - coisa que raramente conseguimos fazer esta época.

Honestamente, parece-me um risco tremendo jogar com William e Adrien. Sabemos como estas coisas são: à primeira oportunidade verão um cartão amarelo, e não jogarão no Dragão. Sem contemplações nem tolerância. Cédric está castigado, pelo que deverá ser substituído por Miguel Lopes.


Não havendo Slimani, não nos resta outra alternativa senão jogar em 4-3-3. Continuo a preferir Montero a Tanaka, mas se tivéssemos Gauld e João Mário certamente que a equipa automaticamente se aproximaria da área adversária. Parece-me também uma boa oportunidade para lançar Wallyson. Como é evidente não acredito que Marco Silva seja tão arrojado - é mais provável que coloque Rosell e André Martins a formar o trio de meio-campo com João Mário, mas num jogo deste tipo parece-me que será um tiro nos pés - principalmente a inclusão do catalão, pois as suas características não dão grande valor acrescentado à equipa em jogos contra adversários estacionados junto à sua área.

Mas jogue quem jogar, simplesmente não há outro resultado aceitável que não seja a nossa vitória. 

sábado, 21 de fevereiro de 2015

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Vergonhoso. Num campeonato em que os jogadores já têm que amputar os braços para não correrem o risco de sofrerem penáltis em casos claros de bola não mão, vão ter que também passar a pôr fita adesiva na boca. A falta de critérios coerentes na arbitragem portuguesa faz com que seja autenticamente à vontade do freguês.

Balanço das arbitragens: 21ª jornada

Porto 1-0 Guimarães (Nuno Almeida)

69': Cafú vê cartão amarelo por entrada sobre Casemiro - decisão errada, o jogador do Guimarães entra de pitons sobre o adversário e acerta-lhe em cheio; devia ter sido expulso

=: apesar do erro, arbitragem sem influência no resultado


Belenenses 1-1 Sporting (Paulo Baptista)

31': Um remate de pelé bate em William, reclama-se penálti mas o árbitro não marca - decisão certa, a imagem não é clara e não é possível perceber se a bola bate no braço ou no peito, mas William tem o braço completamente encostado ao corpo, pelo que não havia lugar para grande penalidade

83': Cédric vê o segundo amarelo por falta sobre Miguel Rosa - decisão errada, Cédric afasta primeiro a bola e só depois acerta no adversário, pelo que não foi falta

=: apesar do erro, arbitragem sem influência no resultado


Benfica 3-0 Setúbal (Manuel Oliveira)

2': Rambé cai na área após disputa de bola de Rambé, o árbitro não assinalou penálti - decisão errada,  Jardel não acerta na bola ao tentar cortá-la e derruba o adversário; nota: esta jogada começa num passe que é feito numa altura em que Rambé pode estar em posição de fora-de-jogo; isso não é claro porque o jogador do Setúbal está avançado em relação a Jardel mas pode estar em linha em relação a Luisão; de qualquer forma acaba por ser Jardel a dar um toque na bola, deixando-se depois antecipar e perdendo o esférico; como tal, o árbitro fez bem em não assinalar fora-de-jogo

41': No segundo golo do Benfica, Pedro Queirós cai após disputa com Ola John, que de seguida assiste Lima - decisão errada, Ola John empurra o adversário com o braço esquerdo

=: arbitragem com influência no resultado (1X)



Estatísticas da jornada




Estatísticas acumuladas



Classificação



Jogos com influência da arbitragem no resultado



Erros de arbitragem com o resultado em aberto



Erros de arbitragem com o resultado em aberto agrupados por árbitro, desde 2013/14





Links para jornadas anteriores


20ª J: Moreirense - Porto; Sporting - Benfica: LINK
19ª J: Benfica - Boavista; Arouca - Sporting; Porto - P. Ferreira: LINK
18ª J: Sporting - Académica; Marítimo - Porto; P. Ferreira - Benfica: LINK
17ª J: Penafiel - Porto; Marítimo - Benfica; Sporting - Rio Ave: LINK
16ª J: Benfica - Guimarães; Porto - Belenenses; Braga - Sporting: LINK
15ª J: Sporting - Estoril; Gil Vicente - Porto; Penafiel - Benfica: LINK
14ª J: Porto - Setúbal; Benfica - Gil Vicente; Nacional - Sporting: LINK
13ª J: Sporting - Moreirense; Porto - Benfica: LINK
12ª J: Boavista - Sporting; Benfica - Belenenses; Académica - Porto: LINK
11ª J: Sporting - Setúbal; Académica - Benfica; Porto - Rio Ave: LINK
10ª J: Nacional - Benfica; Sporting - P. Ferreira; Estoril - Porto: LINK
9ª J: Benfica - Rio Ave; Guimarães - Sporting; Porto - Nacional: LINK
8ª J: Arouca - Porto; Sporting - Marítimo; Braga - Benfica: LINK
7ª J: Penafiel - Sporting; Porto - Braga; Benfica - Arouca: LINK
6ª J: Sporting - Porto; Estoril - Benfica: LINK
5ª J: Benfica - Moreirense; Gil Vicente - Sporting; Porto - Boavista: LINK
4ª J: Setúbal - Benfica; Sporting - Belenenses; Guimarães - Porto: LINK
3ª J: Porto - Moreirense; Benfica - Sporting: LINK
2ª J: Paços Ferreira - Porto; Sporting - Arouca; Boavista - Benfica: LINK
1ª J: Porto - Marítimo; Académica - Sporting; Benfica - Paços Ferreira: LINK

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Da série "Coisas que nunca aconteceriam numa equipa de Lopetegui ou Jorge Jesus"

Ainda na sequência do post anterior:

Meias-finais da Taça da Liga. O Benfica adiantou-se no marcador através de um penálti marcado por Talisca. Alguns minutos depois, novo penálti a favorecer os encarnados. Talisca pega na bola e...


... acabaria por ser Pizzi a marcar. Portanto, das duas, uma: ou Talisca era o marcador dos penáltis e deveria ser ele a converter o segundo; ou Talisca não era o marcador dos penáltis e não deveria ter sido ele a marcar o primeiro.

Isto numa equipa de Jorge Jesus. Será que Luís Pedro Sousa escreveu sobre o assunto?

(obrigado, @captomente!)

Recordar é viver: julgamentos sumários

Ainda todos nos lembramos de tudo o que se disse e se escreveu sobre a falta de liderança de Marco Silva quando Nani não deixou Adrien marcar o penálti na 2ª jornada contra o Arouca. Curiosamente, esse defeito do treinador desapareceu miraculosamente com todos os outros a partir do momento em que houve a polémica com Bruno de Carvalho - aí os jogadores já estavam todos com Marco, que recuperou rapidamente todas as qualidades perdidas. Faltas de coerência de quem emite opiniões ao sabor do que mais lhe interessa.

Mas regressando ao tema do penálti marcado por Nani, acho interessante relermos o que escreveu na altura Luís Pedro Sousa, chefe de redação do Record, sobre o assunto:


E no entanto, na passada quarta-feira, em Basileia, num jogo da Liga dos Campeões, sucedeu isto:


As imagens não captaram o que se passou no momento de decisão de quem marcaria o penálti, apenas se vê por um breve instante Quaresma a ir apanhar a bola (assume-se que para converter o castigo máximo). Mas quem marcou foi mesmo Danilo. Será que Luís Pedro Sousa já está a preparar outro artigo de opinião a criticar a falta de capacidade de liderança de Lopetegui?

São situações normais que se passam num momento ou noutro em qualquer equipa. No caso Nani / Adrien, o impacto foi superior porque se tratava da estreia de Nani e porque o penálti foi falhado, enquanto que Danilo converteu com sucesso. 

Nada como o tempo para cobrir de ridículo os especialistas que tanto apreciam debitar sentenças precipitadas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Ein Kopf für eine Hand

Perder com uma equipa que está num momento de forma avassalador como o Wolfsburgo não é nenhuma vergonha. Menos vergonha é se considerarmos a excelente primeira parte que fizemos, sobretudo na forma como nunca deixámos o adversário construir jogo através de uma pressão constante que se estendia a todo o campo. As poucas oportunidades de que os alemães dispuseram durante os 45 minutos apareceram através de cantos ou de um ou outro erro individual nosso, mas também tivemos o golo nos pés de Carrillo. E ainda houve aquele penálti absurdo que o só o árbitro não viu. Com um pouco mais de felicidade (e justiça) teríamos chegado ao intervalo a vencer e muito provavelmente saído da terra dos Beetles com um resultado bem mais favorável.

A segunda parte não podia ter começado pior. A intensidade defensiva que todos os jogadores aplicaram na primeira parte ainda não tinha regressado do balneário. Enquanto Adrien e Tobias pressionavam Naldo, nenhum dos 4 homens da frente (por ordem de proximidade: Nani, Montero, João Mário e Carrillo) desceu para apoiar. Equipa partida, Jefferson demorou tempo demasiado a reagir para tapar o lugar de Tobias e estava feito o primeiro. A confiança cresceu nos homens da casa na mesma medida em que desceu nos nossos, e a partir daí o domínio alemão foi bastante mais evidente. Valeu-nos novamente São Patrício a manter-nos dentro da eliminatória, e ficamos a lamentar aquele cabeceamento de João Mário perto do fim que podia assegurado um preciosíssimo golo fora.



Positivo

A concentração e atitude da primeira parte - apesar de não termos criado praticamente nenhuma ocasião de golo, ninguém pode apontar o dedo ao empenhamento e personalidade dos onze jogadores que Marco Silva lançou. Pressão no campo inteiro e uma enorme raça que fazia com que ganhássemos a maior parte das bolas nas disputas a meio-campo. Se jogássemos sempre com esta atitude no campeonato teríamos transformado facilmente em vitórias a maior parte dos empates que somámos até agora.

Assim se distinguem os grandes guarda-redes - todos os guarda-redes erram, mas uma das características que distingue os melhores dos restantes é a forma como não se deixam afetar por más exibições. Rui Patrício fez um enorme jogo, salvando alguns golos certos e estando irrepreensível em tudo o que teve para fazer. Não podia fazer mais nos dois golos - nem sequer no segundo, já que o cruzamento é feito de forma rasteira e suficientemente longe do seu alcance. 

A afirmação de Tobias - mais um jogo de grande nível. Não esteve bem na construção de jogo, falhando muitos passes, mas nos despiques individuais esteve insuperável. Foram poucos os lances em que se deixou ultrapassar, mostrando mais uma vez que temos central para os próximos anos. Nem sempre a solução está no banco: pode estar também na equipa B. À atenção de Marco Silva.


Negativo

A produção ofensiva - Montero não existiu; Nani e Carrillo ainda apareceram a espaços e ainda deixaram algum perfume da sua classe, mas tiveram exibições insuficientes; João Mário foi o elemento mais esclarecido no nosso ataque, mas falhou aquele golo cantado perto do fim; Adrien, Rosell e Jefferson não existiram; Cédric subiu muito e ainda conseguiu alguns bons momentos, nomeadamente aquele cruzamento para João Mário. Mas tudo junto foi muito pouco para aquilo que se exigia.

O alheamento de Jefferson no primeiro golo - deveria ter antecipado o passe de Naldo no primeiro golo e acabou por condicionar ainda mais uma exibição que não estava a ser famosa. Sem Slimani acaba por se tornar num jogador muito menos valioso porque sabe que não pode cruzar sempre que tem condições para o fazer. Acabou por estabilizar defensivamente perto do final e salvou ainda duas ou três situações muito complicadas. Mas o mal já estava feito.

Alguma vez teria que ser Paulo Oliveira - o ex-vimaranense fez uma enorme primeira parte, destacando-se aquele corte fenomenal que saiu rente ao poste. No entanto, cometeu alguns erros - ficou ligado ao 2º golo ao deixar Dost marcar nas suas costas - e pareceu perder algum controlo emocional na segunda parte - coisa que não é nada habitual nele. Todos têm direito a ter dias menos conseguidos. Hoje, pela primeira vez desde que é titular no Sporting, foi a vez de Paulo Oliveira.

As noções de anatomia na Alemanha - pelos vistos, para aquelas bandas, bola na cara é penálti e mão na bola não é. Duas deslocações à Alemanha, dois lances que podem muito bem ter-nos custado a permanência em 2(!) competições na mesma época.



O apuramento não é uma impossibilidade, mas atendendo à capacidade ofensiva do adversário, à necessidade que teremos em correr mais riscos do que hoje e ao fraco momento de forma de alguns jogadores chave, só mesmo um jogo perfeito do Sporting poderá permitir-nos dar a volta à eliminatória. Não gosto de atirar a toalha ao chão, mas confesso que não me chatearia se decidíssemos poupar alguns jogadores na próxima quinta-feira, de forma a irmos nas melhores condições possíveis ao Dragão. 

De volta à Alemanha

Apanhar um adversário como o Wolfsburgo na primeira eliminatória desta fase da Liga Europa é uma maldade pregada pelo destino. É ter a fama mas não ter o proveito. Defrontamos um adversário que está furos acima de vários clubes que estão ainda a disputar a Liga dos Campeões, mas sem o palco, a pompa e as recompensas que essa prova dá a quem lá está.

Um clube que, ao contratar Schurrle ao Chelsea, gastou quase o equivalente a 1 orçamento e meio do Sporting, que tem sido um autêntico rolo compressor nas últimas semanas na Bundesliga - a quem nem o próprio Bayern escapou -, será inevitavelmente um pesadelo para o Sporting se os nossos jogadores não se apresentarem ao seu melhor nível. Como se não bastasse, temos as ausências de William e Slimani - que nos deixam mais vulneráveis ao nível do jogo aéreo do Wolfsburgo -, e o mau momento de forma recente de Nani e Carrillo.

Mas será isto motivo para atirar a toalha ao chão? Nem por sombras. Marco Silva tem sabido preparar muito bem a equipa contra os adversários mais complicados, e tem sido precisamente nesses jogos em que o melhor Sporting tem aparecido - incluindo dois jogos com o Schalke em que fomos muito superiores. Para além disso, também os alemães terão baixas de peso, sobretudo naquele que já é o seu ponto fraco - o setor defensivo. 

Marco Silva já confirmou que Rosell será o substituto de William, o que deixa o assunto do meio-campo fechado - já que Adrien e João Mário são escolhas óbvias para um jogo destas características. Na frente, colocaria Mané no onze inicial e deixaria Carrillo para ser lançado na segunda parte numa altura em que o jogo estará mais partido. Montero terá que ser titular, já que este jogo é mesmo à medida das suas características - servir de ponto de referência no lançamento dos contra-ataques, segurando e distribuindo para as subidas em velocidade dos nossos extremos.


Será fundamental uma total concentração e disciplina no momento de defender, e inteligência e eficácia no aproveitamento das oportunidades que certamente aparecerão. Se assim for, certamente que poderemos alcançar um resultado que nos permita encarar com confiança a segunda mão da eliminatória.