quarta-feira, 30 de setembro de 2015

SportingLeaks

O site que o Record cita na divulgação dos documentos hoje apresentados pode chamar-se Football Leaks, mas parece óbvio que não passa de (mais) uma manobra que visa sobretudo desestabilizar o Sporting e descredibilizar Bruno de Carvalho.

Publicaram o contrato de Jesus, publicaram o draft que Pedro Guerra já tinha mostrado sobre Mitroglou, publicaram os contratos de Bruno Paulista, publicaram as minutas que provam o relacionamento entre o Sporting e o Caláa de António Mosquito nas negociações por Cervi. Pelo meio, revelam o contrato entre Porto, Portimonense e Marítimo sobre Danilo Pereira, apenas para desmentir Bruno de Carvalho. E mais um ou outro documento não diretamente ligados ao futebol português. 

Curiosamente, não houve tanto destaque quando foi revelado que António Mosquito financiou a compra de Samaris pelo Benfica por €10M. A imprensa escrita passou olimpicamente ao lado do assunto.

Não se pode excluir a hipótese de haver alguém dentro do Sporting a passar para fora documentos que deveriam ser sigilosos. Mas podem existir outras explicações: o facto de serem divulgados contratos como o do Porto / Portimonense / Marítimo e o do Marselha / Santos / Leandro Damião (que desmente o presidente do Santos em relação ao conflito que tem com a Doyen), mostra que existe o envolvimento de agentes não diretamente ligados ao Sporting. Ou seja, também é possível que a origem dos documentos sejam a FPF / Liga / CBF (Confederação Brasileira de Futebol) / Rosario Central, tudo instituições permeáveis à influência de um conhecido fundo de investimento e dos homens de honra que testemunharam em seu favor.

Suposições à parte, uma coisa é certa: o motivo pelo qual todos estes documentos conheceram a luz do dia não é a procura inocente de um futebol mais limpo e transparente.

Considerando que existe ainda muita poeira no ar, com muitas dúvidas a terem que ser respondidas por várias entidades, quero deixar também a minha opinião preliminar em relação ao conteúdo dos documentos divulgados.

Alguns dos documentos estão assinados e parecem ser oficiais. Os restantes parecem legítimos, apesar de serem apenas minutas. Até prova em contrário vou considerá-los a todos como verdadeiros.

De tudo o que foi apresentado, há um único ponto que exige explicações por parte da SAD: a natureza da ligação entre o Sporting e António Mosquito. No entanto, a avaliar pela minuta do contrato de cedência temporária entre o Sporting e o Caláa por Cervi, os interesses do Sporting parecem estar devidamente protegidos:
  • O Sporting teria direito de opção de compra dos direitos desportivos ao Caláa;
  • Acionando esse direito, ficaria a dever ao Caláa apenas e só o valor pago pelo clube angolano ao Rosario Central, podendo inclusivamente abater todas as despesas incorridas direta e indiretamente com o jogador;
  • Se o Sporting não acionasse a opção de compra, existiria uma outra cláusula anti-rivais de €15M; e o Caláa comprometer-se-ia a colocar essa mesma cláusula anti-rivais num contrato de venda do jogador a outro clube;
  • Não existe qualquer referência a direitos do Caláa em função de uma futura venda do jogador por parte do Sporting, pelo que não se configura uma situação de TPO ou TPI.

É razoável esperar que os termos do contrato de Bruno Paulista sejam idênticos. 

À primeira vista, parece que António Mosquito age como um investidor e não como um fundo. Mas como não existem almoços grátis, interessa saber quais as contrapartidas que o Sporting se comprometeu a dar ao empresário.

Tirando esta questão, tudo o resto não passa de um striptease documental que visa humilhar o clube e o seu presidente, pois à primeira vista não existem quaisquer ilegalidades que possam comprometer o clube de alguma forma. De resto nada muda: continuamos a ser alvo de ataques sistemáticos pelos inimigos do clube, continuamos em 2º lugar no campeonato em igualdade pontual com o líder, continuamos com uma gestão rigorosa que coloca os interesses do Sporting em primeiro lugar. De qualquer forma, existe matéria suficiente que impõe esclarecimentos de Bruno de Carvalho aos sportinguistas. Até esses esclarecimentos serem prestados, não há motivos para não aguardarmos por eles serenamente.

Descubra as diferenças

A propósito da forma como se comenta casos de jogadores indisciplinados e pouco profissionais.

Há duas semanas, sobre Shikabala:


Ontem, sobre Taarabt:


Não surpreende que Rui Pedro Braz tenha decidido não dirigir críticas a quem decidiu contratar Taarabt. Afinal, um prémio de assinatura que não deve ter sido pequeno mais uma massa salarial de 10 milhões de euros a dividir pelos anos de contrato devem ser apenas trocos. Provavelmente todo este negócio até será, nos padrões brazados, um excelente ato de gestão. Seguramente nada que se compare ao catastrófico erro de Bruno de Carvalho que foi a contratação de Shikabala, cuja venda até acabou por deixar mais dinheiro nos cofres do Sporting do que aquele que tinha sido gasto um ano e meio antes.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

A festa da vitória da Supertaça em hóquei


A competitividade das modalidades em tempo de apertar o cinto

Da mesma forma que o futebol do Sporting foi obrigado a emagrecer os custos devido ao buraco financeiro da SAD, também as modalidades foram obrigadas a apertar o cinto desde que a nova direção tomou posse. Não de uma forma tão radical quanto o futebol, é certo, mas nas épocas planeadas pela direção de Bruno de Carvalho registou-se uma redução orçamental nos custos com atletas de todas as modalidades na ordem dos 15%.

Apesar deste apertar de cinto, não se pode dizer que a competitividade das diversas equipas do Sporting tenha decrescido.

No atletismo, mantivemos a supremacia nas competições femininas (tanto em pista como em pista coberta). Nas competições mascúlinas não fomos capazes de destronar o Benfica.

No andebol a equipa manteve-se competitiva, tendo conquistado a Taça de Portugal e a Supertaça em 2013/14, tendo ficado muito perto de interromper a supremacia do Porto no campeonato na final dos playoffs em 2014/15.

Assistimos ao regresso do hóquei em patins como modalidade de alta competição, com a conquista imediata de títulos: a Taça CERS e a Supertaça. Para esta época espera-se uma aproximação competitiva em relação a Benfica e Porto, mas é utópico pensar que já estaremos em condições de disputar o titulo de campeão nacional.

No futsal vencemos o campeonato em 2013/14 e a Supertaça em 2013/14 e 2014/15, mantendo a tendência de repartição de títulos com o Benfica que tem sido regra na última década.

No basquetebol feminino, o Sporting irá participar esta época no principal escalão da modalidade.

Desconheço o valor dos orçamentos totais de Benfica e Porto para as modalidades, mas sei, por exemplo, que aquilo que tanto Porto como Benfica gastaram em andebol (cada um isoladamente) mais de metade daquilo que o Sporting gastou em todas as modalidades: futsal, andebol, hóquei em patins, atletismo, ginástica, natação, ténis de mesa, etc.. Ou seja, na comparação do Sporting com Benfica e Porto estaremos seguramente a falar de realidades completamente diferentes. 

E se esta época o Benfica decidiu desinvestir fortemente no andebol, em contrapartida (ao que se diz) irá gastar dois milhões de euros nos salários de um único jogador de basquetebol. Isto representará confortavelmente mais de 50% dos gastos do Sporting com todos os atletas de todas as modalidades em 2015/16.

Nesta época existe no Sporting um objetivo assumido de aumentar a competitividade das modalidades, já que o orçamento total irá aumentar em cerca de 30% em relação ao ano passado. Há que dizer no entanto que este aumento orçamental é perfeitamente suportado pelo incrível crescimento das quotizações registado nos últimos dois anos: o valor previsto das receitas das quotas dos sócios ao longo desta época deverá ser 50% superior ao que o clube obtinha no momento em que a nova direção tomou posse (nestes cálculos já estou a considerar um balanceamento que compense o facto de o clube receber agora 100% das quotizações, contra os 75% que recebia em 2012/13, para que a comparação seja justa).

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Não sei o que é pior...

Não sei o que é pior: se o facto de o árbitro não ter visto a mão do Mitroglou na bola, se o comentário do Hélder Conduto na repetição do lance...


(justiça seja feita no entanto à BTV por ter mostrado as repetições, coisa que por exemplo a Sport TV não fez no penálti sobre o Slimani no Rio Ave - Sporting)

Evolução das assistências da liga entre 2007/08 e 2013/14

Conforme tinha ficado prometido no final da semana passada, aqui fica a interessantíssima análise que o João Lisboa Santos fez sobre as assistências da liga portuguesa. 



Esta análise teve como intuito de avaliar o nível de assistências na Liga Portuguesa entre as épocas de 2007-2008 e 2013-2014, nas seguintes dimensões:
  • Tendência e evolução dos espectadores e atratividade da liga
  • Benchmarking com restantes ligas de futebol europeu – crescimento, load factor, modelo de competição, etc
  • Dependência das equipas “grandes”
  • Dependência Regional
  • Principais fatores para “picos” de assistências

As principais conclusões que tiro da análise são:

1. Evolução das assistências nos estádios nacionais tem sido irregular, mas entre 07-08 e 13-14 o valor total decresceu 8,8%

2. A Liga continua a apresentar assistências muito inferiores às médias das melhores Ligas Europeias, e decrescendo, bem como um nível de maturidade já elevado face a outras ligas em crescimento

3. Jogos com presença dos “Grandes” representam 78% do total das assistências e apenas 35% das partidas realizadas

4. A região do Norte tem vindo a perder preponderância face ao Sul, não pela redução de equipas na região, mas sim pela redução drástica das médias de assistências

5. O comportamento médio de assistências em casa dos “Grandes” ao longo das épocas tem sido constante: “Curva em U”

6. Campeão apresenta tendencialmente melhor Load Factor em casa, excepto 12-13, reviravolta na liderança na penúltima jornada

7. O Benfica é recorrentemente o clube que promove mais espectadores nos estádios nacionais, mas as regiões do Norte e Sul são as que apresentam maior nível de competitividade entre os “Grandes”

























"Protejam-me, porque senão dão cabo de mim"

O discurso de Bruno de Carvalho na abertura da Assembleia Geral de ontem foi bastante longo e abordou uma infinidade de temas, mas houve um momento em que fiquei particularmente incomodado - não pela frase em si, mas pela constatação de algo que me perturba há muito enquanto sportinguista: "Eu não me vou poupar a mim. Eu vou defender o Sporting com toda a força, com toda a garra. Eu amo o Sporting. Mas protejam-me, porque senão [as forças que está a combater] dão cabo de mim.".

É triste que o presidente se sinta na necessidade de desabafar desta forma, mas é compreensível por que o fez. Desde que foi eleito, Bruno de Carvalho é provavelmente a pessoa mais criticada em todas as áreas da sociedade portuguesa, provavelmente apenas com a exceção da classe dos banqueiros. No que toca ao futebol é indiscutivelmente o mais atacado. Nem Godinho Lopes, enquanto arrastava o clube para a falência, era alvo de tantas críticas. Nunca houve presidente de clube como Bruno de Carvalho que gozasse de um estado de graça tão curto - ao fim de um par de semanas já era criticado por pressionar a banca (!) nas negociações pós-eleições -, e nunca houve presidente de clube cujas palavras fossem tão criticamente escrutinadas e indevidamente interpretadas, sobretudo por uma questão de forma e raramente em função do conteúdo.

Admito que o estilo de Bruno de Carvalho possa não agradar a muita gente, mas sinceramente não consigo compreender como é possível ainda existir tanta má vontade de tantos sportinguistas em relação a esta direção, depois da evolução que o clube registou em praticamente todas as vertentes ao longo destes dois anos e meio de mandato.

Número de sócios a disparar. Modalidades cada vez mais competitivas. Um pavilhão em construção. Estabilização do futebol de formação. O futebol sénior de regresso aos títulos depois de sete anos de jejum. Um plantel que ano após ano se vai valorizando. Controlo dos problemas financeiros graças a uma gestão rigorosa que exigiu sacrifícios tremendos. Registo de lucros em anos consecutivos, a contrastar com os 115 milhões de prejuízo nos três exercícios que antecederam a entrada desta direção. Alguém imaginava em março de 2013 que tudo isto seria possível?

Face a tudo aquilo que foi alcançado em tão pouco tempo, enoja-me (a palavra é forte mas é a que reflete melhor aquilo que realmente sinto) a facilidade com que se critica certas decisões tomadas pelo presidente, como se o próprio apreciasse dar tiros nos pés só para aparecer nas capas dos jornais. Como se tomasse as decisões mais difíceis sempre de forma intempestiva, sem pesar os prós e os contras de cada uma das opções. Como se o mundo fosse a preto e branco, em que de um lado está a solução perfeita e do outro a catastrófica escolhida por Bruno de Carvalho. Por teimosia, por incompetência, por orgulho, por desonestidade, ou por qualquer outro dos inúmeros defeitos que tanta gente lhe atribui. 

Devia ser caso de estudo o facto de o clube não ter fechado as portas no par de meses que se seguiram às eleições, perante esta ausência de qualidades e coleção de defeitos.

Marco Silva, e agora Carrilo: dois dossiers polémicos usados até à exaustão para atacar Bruno de Carvalho. Que se juntam à questão de estar ou não estar sentado no banco de suplentes, de cumprir a execução da auditoria de gestão exigida pelos sócios, do salário do presidente e dos administradores, da guerra aos fundos, da procura de um patamar de relacionamento saudável com os empresários de jogadores, de não prestar vassalagem aos poderes instituídos do futebol que sempre fizeram e continuam a fazer questão de nos infernizar a vida, e a tantas outras coisas que vão servindo sistematicamente de arma de arremesso contra esta direção.

Esta administração NUNCA virou as costas a uma luta em que os melhores interesses do clube estivessem em causa. Seria fácil formar uma legião de avençados a tecer diariamente loas ao seu trabalho e a espalhar contrainformação. Seria fácil dar aos empresários quinhões obscenos das transferências que realizamos. Seria fácil ceder às exigências dos clubes dos jogadores em que estamos interessados para fecharmos as contratações rapidamente. Seria fácil renovar com todos os jogadores a partir do momento em que fazem um par de jogos conseguidos, com aumentos salariais significativos. Seria fácil ir buscar jogadores com cartel, bastando para isso abdicar de uma percentagem significativa de uma futura venda e aceitando a totalidade dos riscos na eventualidade de os atletas não se valorizarem. O problema é que mais cedo ou mais tarde a fatura haveria de aparecer, como descobrimos amargamente no tempo de Godinho Lopes e continuamos a descobrir com as pesadas heranças que esta direção resolveu, continua a resolver, e está condenada a resolver nos anos que se seguirão.

Não quero estar a dizer a cada um como deve julgar ou deixar de julgar o trabalho de Bruno de Carvalho, mas tenho a certeza de uma coisa: perante tudo aquilo que já conseguiu alcançar, o mínimo que todos os sportinguistas lhe podem dar é o benefício da dúvida quando as decisões são polémicas.

Da parte que me toca, não tenho dúvidas que o Sporting tem um presidente com competência demonstrada, a quem não falta coragem para levar a cabo as lutas que têm que ser feitas, e que não deixará de ir ao limite das suas capacidades para conseguir o melhor para o clube. É um presidente jovem que comete erros, mas que saberá aprender com eles, pelo que o normal é que com o tempo se torne ainda melhor presidente do que já é. A única coisa que me preocupa é se, perante os tantos ataques internos e externos de que tem sido alvo, conseguirá manter a férrea determinação que tem revelado até agora. A bem do Sporting, espero que consiga. Mas isso também dependerá muito da atitude dos próprios sportinguistas em relação ao seu presidente.


Os últimos minutos da Supertaça de hóquei

Para quem não teve oportunidade de ver, aqui ficam os último 10 minutos do jogo.


domingo, 27 de setembro de 2015

Vitória na Supertaça!


Tem sido um percurso incrível aquele que este jovem projeto do hóquei do Sporting tem conseguido desde que foi formado. Depois da memorável conquista da Taça CERS, o Sporting conseguiu hoje uma vitória na Supertaça sobre o Benfica - uma das melhores equipas europeias - demonstrando que a crença, a dedicação e a fome de ganhar podem fazer a diferença perante adversários teoricamente mais fortes. E isto poderá ser uma importante injeção de confiança para a Supertaça Europeia, que será disputada a duas mãos contra o Barcelona nos dias 10 e 17 de outubro.


sábado, 26 de setembro de 2015

Stalemate

Não é admissível que uma equipa que quer ser campeã faça um jogo tão pobre como aquele que o Sporting fez hoje. Sim, até podemos ter esmagado o Boavista nas estatísticas, mas na realidade em quantas oportunidades de verdadeiro perigo é que isso se traduziu? Sintomas que já se tinham notado no jogo com o Nacional e que voltaram a verificar-se hoje, e que é urgente resolver.


Positivo

O regresso de William - a única nota positiva numa noite para esquecer.


Negativo

Pouco esclarecimento - o Boavista encolhido num terço do terreno, o Sporting a tentar perfurar, perfurar, perfurar, mas havia sempre uma má receção, um passe mal medido, uma finta sem sucesso, ou outra coisa qualquer a ajudar os axadrezados a despachar a bola daquela zona. Foram poucas as combinações de ataque que resultaram pelo meio, e teria ajudado se tivéssemos laterais que aproveitassem o espaço existente nas alas e que efetivamente desequilibrassem de alguma forma.

Demasiados ausentes - Jefferson e Ruiz tiveram mais um mau jogo, e o flanco esquerdo do Sporting praticamente que não existiu do ponto de vista ofensivo. Montero confirmou que não pode reclamar o estatuto de titular, mas Teo não fez melhor. João Pereira teve uma primeira parte desastrada, acabando por estar melhor na segunda. Mané entrou pessimamente. Com tantos jogadores com um rendimento a roçar o nulo não fica nada fácil ganhar jogos.

4 minutos de descontos? - esta partida foi um hino ao antijogo durante 90 minutos - com as técnicas do costume para perder tempo -, mas com a particularidade de o árbitro parecer querer ajudar a equipa da casa nesse desígnio. Para além de mandar parar frequentemente o jogo para dar sermões, os descontos dados foram uma anedota, e mesmo aí mal se jogou. Isto para não falar na permissividade que Artur Soares Dias demonstrou perante várias faltas a destempo de jogadores do Boavista. Reclamar um golo anulado é que é grave.

As tochas - a malta das claques do Sporting que atirou as tochas para o relvado perto do fim ajudou o seu clube a não ter tempo para um último ataque. Espero que estejam contentes...



Um empate muito frustrante, tanto pelo pouco que jogámos como pela oportunidade que deixámos escapar por entre os dedos. Esta vai ser difícil de digerir.

#DiaDeSporting: Ataque à liderança isolada

É impossível ficar indiferente ao empate de ontem do Porto em Moreira de Cónegos (a propósito, viram o golaço do Iuri?)...


... mas isso não deve mudar nada em relação ao que já tínhamos que fazer caso o resultado de ontem fosse favorável aos nossos rivais: ganhar, trazer os três pontos de volta para Lisboa, fazer o que nos compete independentemente daquilo que nos rodeia. De qualquer forma não nos devemos abstrair da possibilidade de nos isolarmos na frente. Pelo contrário: há que aproveitar o sucedido como um embalo psicológico que nos ajude a ultrapassar o Boavista.

É curioso, mas as grandes novidades à volta da partida com o Boavista estão relacionadas com jogadores que dificilmente serão titulares esta noite. Em primeiro lugar, o regresso de William é uma notícia importantíssima para um Sporting que tem revelado dificuldades pela ausência de um 6 puro. Depois, pela estreia nos convocados de Matheus Pereira, que poderá ser o próximo enorme produto de Alcochete, havendo cabeça do jogador e a necessária sorte que acompanha qualquer carreira de sucesso.

Será expectável que William tenha alguns minutos que o ajudem a ganhar o embalo necessário para regressar à sua melhor forma o mais rapidamente possível. Quanto a Matheus, suponho que dependerá de como a partida recorrer. De qualquer forma, é um sinal de confiança que Jesus lhe dá, sendo que tenho poucas dúvidas que terá muitos minutos pela equipa principal no decorrer deste época. É apenas uma questão de tempo.

Mas o importante, com ou sem William, com ou sem Matheus, é mesmo conquistar a vitória contra o Boavista, uma equipa que está a surpreender neste arranque de campeonato com o 9º lugar isolado que atualmente ocupa. Como tal, nenhum jogador deverá encarar o Boavista com qualquer tipo de ligeireza.

Quanto ao onze que Jesus escolherá:
  • Apesar do jogo pouco conseguido contra o Nacional, penso que se deve continuar a apostar em Esgaio. 
  • Jefferson tem acumulado jogos bastante fracos, pelo que daria uma oportunidade a Jonathan Silva.
  • No meio-campo João Mário tem que jogar, visto que terá que ficar de fora na 5ª feira na Turquia.
  • Pelos dois golos e duas assistências, Montero e Mané justificam a titularidade no lugar dos desgastados Teo e Ruiz. 

Todos os caminhos levam a Carrilloland

(Obrigado, Tiago!)

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Confundindo o treinador com o presidente

Análise comparativa às primeiras 5 jornadas do Sporting

O leitor João Lisboa Santos enviou-me recentemente duas análises da sua autoria que merecem ser partilhadas. A primeira compara o arranque do Sporting nas últimas 20 temporadas, e que poderão ler já de seguida. A segunda é um trabalho extraordinário sobre a evolução das assistências nos jogos da Liga entre 2007/08 e 2013/14, que tenho a certeza que farão as delícias daqueles que gostam de estatísticas relacionadas com o fenómeno futebolístico. Apresentarei esta segunda análise no princípio da próxima semana.

Vamos então à análise comparativa às primeiras 5 jornadas do Sporting das últimas 20 épocas. Os pressupostos, conclusões e o gráfico que se seguem são da autoria do João. Aqui ficam:

1. Jorge Jesus tem a melhor média de pontos (2.6) por jogo desde a época de 1996, em que R. Waseige era o treinador.

2. No atual calendário o SCP já fez 3 deslocações, tal como em 8 temporadas anteriores. Em 11 temporadas o SCP fez apenas 2 deslocações.

3. Em 9 temporadas o SCP teve um encontro com um grande nas primeiras 5 jornadas, esta temporada não teve nenhum.

4. Num cenário em que o SCP tivesse tido esta época um jogo contra um grande e possível derrota, mesmo assim manteria uma média de 2.0 pontos por jogo, apenas superada em 5 temporadas.


EDIT 21h25: o João enviou-me o quadro com a posição corrigida (um preciosismo que não belisca o interesse da análise, mas em rigor o Sporting está de facto em 2º lugar) em tempo útil, mas só agora tive oportunidade de ver o mail. Mais vale tarde que nunca, por isso aqui fica.

Balanço das arbitragens: 5ª jornada

Porto 1-0 Benfica (Artur Soares Dias)

52': Maxi Pereira faz uma entrada perigosa de pitons em riste, sem acertar em Jonas, mas imediatamente a seguir rasteira-o; o árbitro entendeu não ser motivo para mostrar o 2º amarelo - decisão errada, foi uma entrada demasiado impetuosa e com risco para o adversário, devia ter sido mostrado cartão

54': Ao saltar para disputar uma bola, André Almeida acerta com o cotovelo em André André; o árbitro entendeu não ser motivo para mostrar o 2º amarelo - decisão errada, é uma falta dura que merecia cartão

59': Luisão toca nas pernas de Aboubakar na área, o jogador consegue continuar a jogada; o árbitro não assinalou penálti - decisão certa, houve contacto mas o jogador do Porto acabou por conseguir dar sequência à jogada sem sair prejudicado

=: os dois erros são semelhantes e aconteceram muito próximos um do outro pelo que acabam por se "anular"; mas por outro lado, se Maxi tivesse sido expulso, os jogadores do Benfica poderiam passar a ter mais cautela na abordagem aos lances - nomeadamente os jogadores já amarelados; como tal, é admissível considerar que o Benfica poderia ter conseguido um melhor resultado (1X2)


Sporting 1-0 Nacional (Fábio Veríssimo)


Nota: o primeiro amarelo a Sequeira é mal mostrado porque não o jogador não faz falta, mas não o considero um erro crítico por se tratar do primeiro cartão para o jogador. Quem quiser rever os critérios que definem os lances que são ou não críticos nesta análise pode fazê-lo AQUI.

2': Bryan Ruiz cai na área após ser derrubado por Zainadine, o árbitro não assinalou penálti - decisão errada, Ruiz joga a bola, Zainadine toca apenas de raspão no esférico e de imediato ceifa a perna do costa-riquenho, pelo que devia ter sido assinalado penálti


32': Sequeira vê o segundo amarelo por derrubar Slimani - decisão certa, o jogador do Nacional não está a correr no sentido da bola, preocupando-se unicamente em barrar o caminho a Slimani, que está a seguir na direção do esférico; não se pode considerar carga de ombro porque para isso Sequeira teria que estar a disputar a bola; tratando-se de um ataque prometedor, aceita-se o amarelo e consequente expulsão


35': Slimani cabeceia na área e a bola bate no braço de Zainadine, o árbitro não assinalou penálti - decisão errada, o antebraço do defesa do Nacional está colado ao corpo, mas o braço está estendido e a aumentar o volume, acabando por impedir com a mão que a bola seguisse para a baliza

71': Carlos Mané cai na área ao passar por Rui Correia, o árbitro não assinalou penálti - decisão certa, o jogador do Nacional não chega a tocar em Mané, que ao tentar contorná-lo acaba por se desequilibrar e cair

75': Gelson Martins cai na área ao chocar com Nené Bonilha, o árbitro não assinalou penálti - decisão certa, o jogador do Nacional tem a posição ganha e é Gelson que acaba por ir contra ele

=: apesar dos erros, arbitragem sem influência no resultado



Estatísticas da jornada



Estatísticas acumuladas



Classificação



Jogos com influência da arbitragem no resultado



Erros de arbitragem com o resultado em aberto



Erros de arbitragem com o resultado em aberto agrupados por árbitro, desde 2013/14


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Querem ver que...



Não, não pode ser, se as transações aparecem em R&C's de clubes cotados em bolsa é porque só podem ser verdadeiras, limpas e transparentes.

A notícia pode ser lida aqui (Record), aqui (El País) ou aqui (Marca).

O Regresso do Rei


Brevemente num estádio perto de si.






Liga dos Coxos

Ao contrário do que o título deste post poderá indiciar, não quero de forma alguma escarnecer do infortúnio dos jogadores que se lesionam, seja qual for o emblema que representam. No entanto, é o título que me parece mais apelativo para apresentar uma estatística que creio ter algum interesse para a generalidade das pessoas que segue o nosso campeonato: uma tabela com um apanhado da quantidade de lesões que condiciona cada equipa ao longo da época.

O princípio desta contabilização é simples: por cada jogador que esteja indisponível para jogar pela numa dada jornada, a sua equipa soma 1 ponto. No final, a equipa que tiver sido mais afetada por lesões será a que acumulará mais pontos, sendo portanto a vencedora da Liga dos Coxos. Esta estatística usa como base as ausências dos convocados por lesão reportadas pela comunicação social.

Colocarei também a tabela relativa aos jogadores, com uma escala de cores a marcar as semanas em que foram dados como lesionados. A cor mais escura representa uma lesão que obrigou os jogadores a falhar 3 ou mais jornadas consecutivas, uma cor intermédia para 2 jornadas consecutivas, uma cor mais leve para um lesão que só afastou os jogadores durante 1 jornada.

Expressando o meu desejo de uma recuperação tão rápida quanto possível a todos os jogadores lesionados, aqui fica a tabela referente às 5 primeiras jornadas desta época.



Os meus agradecimentos ao @baavin, que me deu a ideia e o título para este post, baseando-se em algo que já existe para a liga inglesa neste LINK.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A fonte da juventude

Contabilizando todas as partidas oficiais da época, Maxi Pereira viu cinco cartões amarelos num total de seis partidas disputadas. Mesmo considerando que é uma média de quase um cartão amarelo por jogo, não são cartões a mais para as faltas que tem feito. O debate em torno dos cartões exibidos a Maxi não deveria suscitar grandes dúvidas, porque o estranho não é Maxi ter visto cinco amarelos em seis jogos. O estranho é Maxi ter visto tão poucos amarelos enquanto foi jogador do Benfica.

Aliás, só o mais fanático dos lampiões (mais uma vez, não confundir com benfiquistas) não é capaz de reconhecer isto, como o seguinte vídeo bem retrata:

(obrigado, T!)

As coisas que aprendemos. Afinal o aumento da média de cartões não tem a ver com a mudança da camisola, mas com o adiantar da idade do jogador. Uma nova teoria que é uma evolução subtil de uma outra teoria que José Manuel Delgado já tinha exposto uma semana antes, que defendia que Maxi não via tantos amarelos no Benfica graças à extraordinária condição física que apresentava.

Dizem as lendas que, no princípio do século XVI, o explorador espanhol Ponce de León organizou expedições no Novo Mundo à procura da fonte da juventude. Não terá tido grande sorte porque pelos vistos estava a procurar no continente errado. Teria mais hipóteses de a encontrar em plena Península Ibérica, mais concretamente no local onde hoje se situa a freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa. É que para a teoria de Rui Pedro Braz bater certo, Maxi deve ter andado a beber dessa fonte durante 8 anos. E agora que deixou de ter acesso a ela, parece ter envelhecido num par de meses os anos de vida que tinha ficado a dever ao criador...


O novo patrocinador do Porto?


A Buzztrade é uma empresa de investimentos de risco com sede no Chipre, fundada este ano, com uma página de Facebook criada há menos de um mês e uma conta de Twitter que nunca foi usada e em que seguem apenas o Porto.


O logotipo foi criado por uma designer israelita no mês passado, que publicou o trabalho num site onde freelancers podem mostrar os seus projetos.


(obrigado, @bhavin!)

No top 10 da história do Sporting

Com a partida de segunda-feira frente ao Nacional, Rui Patrício passou a ser o 10º jogador com mais partidas realizadas em toda a história do Sporting.

Fonte: zerozero.pt

Em condições normais terminará a época no 6º lugar desta tabela. E ficando no Sporting mais duas épocas, ou seja, até ao final do contrato, corre o sério risco de se tornar o jogador com mais jogos ao serviço do clube ao longo da sua longa história. Já é um símbolo do Sporting e um caso cada vez mais raro de ligação entre um jogador e um clube, que ganha ainda um outro significado por se tratar de um jogador que está connosco desde os 11 anos de idade e que se estreou desta forma inesquecível na equipa principal quando tinha apenas 18 anos.


Parabéns, Rui!









terça-feira, 22 de setembro de 2015

A frase mais descarada do ano

Se houvesse um prémio a premiar a frase de maior descaramento, tenho a impressão que esta ganharia nas calmas. Mesmo sendo este um ano de eleições.

in rr.pt

Compromisso é isto


Exemplar as respostas de Jorge Jesus às perguntas feitas sobre Carrillo. Em qualquer organização, dois indivíduos não são obrigados a concordar um com o outro. Mas a partir do momento em que uma decisão é tomada, é do mais elementar profissionalismo que todos os elementos dessa organização a defendam como fosse sua perante terceiros. Não havendo vontade para as defender, então que se escusem de comentar. Quaisquer divergências que existam são para ser debatidas internamente, e não para serem utilizadas publicamente como atenuantes para justificar eventuais fracassos.

À procura da confiança perdida

Depois de uma semana penosa em que o tema predominante foi a não renovação de Carrillo, temperada por uma derrota europeia e uma exibição descolorida em Vila do Conde, todas as pessoas hoje presentes no estádio estavam bem cientes da importância da conquista dos três pontos. Os jogadores não eram exceção, e há que fazer-lhes a justiça de reconhecer que foram à procura do golo desde o primeiro minuto da partida. 

O problema é que a inspiração não acompanhou a vontade demonstrada. É certo que o domínio do jogo foi sempre indiscutível (79% de posse de bola), mas o Nacional defendeu sempre bem aqueles 20 metros finais, mesmo com menos um jogador em campo. Com o passar do tempo o Sporting foi-se tornando uma equipa cada vez mais ansiosa, incapaz de fazer um remate bem colocado - apesar de não terem faltado ocasiões para isso. A forma disparatada como se desperdiçavam lances de ataque acabou por envenenar a sensação de domínio e amplificou a ideia de uma equipa à beira de um ataque de nervos.

Mas ao contrário de outras ocasiões em que a sorte não quis nada connosco, desta vez o Sporting conseguiu superar essa ansiedade e acabou por alcançar tardiamente uma vitória cuja justiça não pode ser questionada por ninguém.


Positivo

Um golo que não caiu do céu - sim, a partir de determinada altura foi claro que a equipa jogava sobre brasas, o nervosismo ia invadindo as bancadas, mas há que dizer que em momento algum a equipa abdicou da sua ideia de jogo. Não caiu na tentação de despejar bolas para a área, procurando sempre de forma paciente a melhor solução para perfurar a defesa bem organizada do Nacional. E essa persistência acabaria por render frutos perto do fim. O golo de Montero definitivamente não caiu do céu. 

Adrien de alta rotação - não só foi o jogador esforçado de sempre, como também terá sido o elemento que por mais vezes conseguiu criar verdadeiros desequilíbrios ao subir no terreno. O posicionamento recuado do Nacional permitiu que Adrien jogasse em terrenos mais adiantados, onde se sente nitidamente mais confortável. Excelente exibição do capitão.

Voltou o Paulo Oliveirão - é verdade que foi um jogo em que o adversário não causou grandes complicações, mas isso também se deveu a uma exibição seguríssima e extremamente eficiente do central português. Que seja o estimulo necessário para voltar ao nível a que nos habituou, depois de um par de jogos em que pareceu deixar-se contagiar pelo nervosismo do resto da linha defensiva.

Municiador Mané e matador Montero - dois jogadores que entraram na segunda parte e que construiram e finalizaram o lance do golo, à semelhança do que já tinha acontecido contra o Lokomotiv. Perante a péssima forma de Teo e Ruiz, ficarei muito surpreendido se M&M não forem titulares no Bessa. E já agora que falamos de M's, uma palavra para André Martins: voltou a entrar bem e começa a justificar mais minutos.



Negativo

Teo, Ruiz e Jefferson - praticamente nada lhes saiu bem enquanto estiveram em campo. Teo lá foi fazendo as diagonais, mas ao receber a bola acabava por complicar invariavelmente com dribles mal sucedidos ou passes disparatados. Bryan Ruiz entrou em campo já cansado, e isso refletiu-se de forma bem visível em praticamente tudo o que fez (ou não fez) com a bola nos pés. Jefferson teve um remate perigoso à baliza, uma intervenção defensiva preciosa, mas de resto foi um desastre. A sua exibição ficou marcada por demasiadas perdas de bola e uma ineficácia desesperante nos cruzamentos, mesmo quando não tinha oposição a estorvá-lo.

Jogar sobre brasas - à medida que o tempo foi passando, foi evidente a intranquilidade que foi tomando conta de alguns jogadores. Isso refletiu-se sobretudo na falta de qualidade na finalização, mas também afetou o rendimento de certos elementos menos experientes que pareceram acusar mais o nervosismo - refiro-me mais concretamente a Esgaio e Gelson.

O horário do jogo - bem sei que graças à Liga Europa é necessário encaixar 3 partidas à segunda-feira, mas jogar às 21h é um convite para que as pessoas fiquem em casa. No entanto, mesmo considerando esta condicionante, a verdade é que a assistência em Alvalade voltou a ser bastante numerosa.



Foram 90 minutos imensamente sofridos, mas conseguimos o objetivo essencial. Recuperar a confiança perdida é um processo gradual que vive à base de vitórias, e hoje demos um passo importante nesse sentido.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

#DiaDeSporting: Dia de mostrar que há estofo de campeão

Não há outra forma de colocar aquilo que estará em jogo mais logo. Havendo a possibilidade de deixar um dos rivais a 4 pontos de distância e perante a necessidade de não deixar o outro fugir na classificação, o Sporting tem a absoluta obrigação de ganhar ao Nacional. Com ou sem Carrillo, com ou sem erros de arbitragem, com ou sem asneiras da defesa. Sem desculpas.

O adversário é o ideal para demonstrar esse estofo, precisamente porque não é uma equipa fácil de derrotar. Não me lembro da última vez em que ganhámos ao Nacional confortavelmente - mesmo na vitória por 5-1 com 4 golos de Bueno estivemos a perder a maior parte do jogo e a reviravolta só apareceu nos últimos 15 minutos -, pelo que este grupo de jogadores terá uma boa oportunidade para se afirmar como um verdadeiro candidato ao título - porque um verdadeiro candidato ao título não admite perder pontos em momentos críticos como este perante adversários teoricamente mais fracos. E vai à procura do resultado desde o primeiro minuto, apenas tirando o pé do acelerador quando tem a vitória assegurada.

Em relação ao onze, seguramente que assistiremos ao regresso de Esgaio (João Pereira não foi convocado), Naldo, João Mário e Bryan Ruiz. Duas dúvidas apenas em quem será o extremo direito e o avançado que acompanhará Slimani. Apostaria em Teo e Gelson, pois Mané poderá ser mais útil numa fase adiantada da partida.


É dia de colocar a carne toda no assador e não poupar esforços até ao jogo estar resolvido a nosso favor. E não tenho dúvidas que, no que depender de Jesus, isso acontecerá. Cabe aos jogadores demonstrarem em campo que querem ganhar tanto ou mais do que qualquer outra equipa em Portugal, porque sem essa fome de vitória não é possível ganhar campeonatos.

O momento zen de Vieira na tribuna

Apontamentos sobre o Doyen Sports United 1-0 Mendes FC

  • A forma como a partida decorreu demonstra, para quem ainda tinha dúvidas, que há um alinhamento por baixo em relação ao que eram as capacidades de Porto e Benfica da época passada. Como é evidente existe margem para progressão em ambas as equipas, mas é inegável que o nível de talento que esteve ontem em campo é inferior ao que existia há um ano - principalmente no Porto, já que o Benfica está sobretudo pior do ponto de vista individual por causa da lesão de Salvio. 
  • Do lado do Porto, sente-se uma dependência enorme na inspiração de Brahimi para a criação de desequilíbrios. André André, Imbula, Danilo e Rúben Neves não são jogadores que por si só ajudem a abrir uma defesa fechada. E o problema do Porto parece ser precisamente esse: quando chegam ao último terço do terreno, não parece haver ali trabalho que leve os seus jogadores a procurarem soluções coletivas para perfurarem as linhas adversárias. Os jogadores com a bola ficavam entregues a si próprios, acabando por ser presa fácil para um Benfica que soube quase sempre fechar bem os caminhos para a sua baliza. Nelson Semedo fez um belo trabalho a anular o argelino, pelo que o Porto acabou por ter que recorrer frequentemente a cruzamentos (onde a defesa do Benfica estava como peixe na água) ou remates de meia distância inóquos após muita circulação de bola de lado para lado.
  • A iniciativa do jogo esteve quase sempre entregue ao Porto, mas o Benfica acabou por ser a equipa mais perigosa na primeira parte. Mas sempre, sempre à custa de situações de bola parada. Em situações de bola corrida o Benfica foi pouco mais que inofensivo. E na segunda parte as dificuldades em chegar à área do Porto foram ainda mais evidentes.
  • Atendendo que o Benfica teve mais 24 horas de descanso e que o Porto teve um jogo europeu bem mais intenso a que se somou uma viagem longa de regresso, seria de esperar que o Benfica procurasse tirar partido de algum ascendente físico no final da partida. No entanto, acabou por ser o Benfica a ir desaparecendo à medida que os minutos iam avançando.
  • Casillas é um guarda-redes fantástico entre os postes mas percebe-se a intranquilidade que existe naquela cabeça quando a bola é bombeada para a pequena área. Não há jogo em que não deixe escapar entre as mãos uma bola fácil que venha em trajetoria descendente. E quando tem que jogar com os pés consegue ser ainda mais perigoso para a própria equipa do que Rui Patrício.
  • Lopetegui não se pode queixar da sorte. Ficou muito perto de empatar o jogo, e se isso acontecesse iria passar um período muito complicado no relacionamento com os adeptos do seu clube. Pareceu revelar sempre mais medo em perder do que ambição em ganhar, como as substituições acabaram por demonstrar.
  • Os portistas não se podem queixar sobre o cartão mostrado a Maxi, pelo contrário. O uruguaio teve muita sorte em não ter sido expulso - o que acaba por ser uma espécie de ironia do destino, considerando que o adversário prejudicado era o Benfica.
  • Maicon pelos vistos quer ser o novo Bruno Alves:

  • Mete dó olhar para o desgosto estampado na cara de Vieira poucos segundos depois do final da partida. 

  • Depois de semanas a assistir na comunicação social ao dissecar da eliminação do Sporting da champions, da vitória tremida em Vila do Conde e da pesada derrota frente ao Lokomotiv, o jogo de ontem demonstrou que nem Porto nem Benfica estão com uma máquina suficientemente afinada para poderem ser considerados mais candidatos que nós. O Sporting tem problemas, é evidente, mas os seus rivais também os têm. 
  • Isto pressupõe, claro, que o Sporting será capaz de ultrapassar as exibições apáticas dos últimos dois jogos. Quanto à partida de logo com o Nacional, só é aceitável uma presença em massa dos sportinguistas no estádio e uma exibição personalizada da equipa ao nível das primeiras da época.
(obrigado pelo título, Tetchetyud!)