sábado, 10 de março de 2018

Mão cheia para guardar (@3295c_)

Novo texto do 3295C, que podem acompanhar agora no Twitter em @3295c_.



A recente entrevista de Fábio Coentrão à Marca revelou um verdadeiro leão de espírito. Dizer que se quer acabar a carreira num determinado emprego é sinal que se sente bem e do que se viveu até ao momento, não se encontra melhor lugar para estar, não apenas no presente mas também no futuro, independentemente de ser a curto, médio ou longo prazo.

A questão em Fábio Coentrão nem é tanto o prazo (tem 29 anos, pelo que cada um pode calcular agora quantos mais anos jogará), mas o compromisso que demonstrou ao fazer tal revelação e logo no jornal que mais rapidamente levará a mensagem aos adeptos merengues – com honras de capa e vestido de verde com o leão rompante ao peito –, faz soar as campainhas de orgulho por ter um Sportinguista deste calibre a representar – e muito bem – a equipa principal de futebol.

Poderia tentar ter graça e dizer que os parceiros do Sporting devem estar preocupadíssimos com esta exposição. Porém, o assunto é sério. Chama-se terrorismo informativo, tóxico, que tenta com a mentira envenenar as mentes mais crédulas e inocentes.

O percurso de Fábio Coentrão na equipa não foi homogéneo. Até ao momento em que Jorge Jesus e Frederico Varandas encontraram uma solução, de acordo com o cenário clínico do jogador, que lhe potenciasse as suas qualidades. A raça, a vontade e o querer sempre estiveram lá. O nosso inquestionável defesa esquerdo é feito da massa que todos quererão ver quando alguém veste a camisola do Sporting. Que a sente e que sabe o que fazer para a honrar. Dentro e fora de campo.

Este leão é para guardar. Se o próprio já admitiu que gostava de pendurar as chuteiras em Alvalade, acredito que o Sporting saiba que essa vontade é recíproca e que quando há duas partes, de três, que já estão de acordo, então dois terços do caminho está percorrido com êxito.


Também se poderia considerar que só em sonhos Bas Dost seria o nosso n.º 9 e com a agravante de ter de fazer esquecer – e rapidamente – Slimani. Aliás. A história desta passagem de testemunho tem as suas coincidências.

Bas Dost foi apresentado a 28 de Agosto de 2016, no dia em o Sporting recebeu o FC Porto, na 3.ª jornada. O mercado estava a fechar e o argelino estava, praticamente, com os dois pés no Leicester, apesar de ainda ter defrontado os dragões, tendo até marcado o primeiro golo da equipa, o empate, deixando depois Gelson Martins selar a vitória (2-1). Uma despedida do camisola n.º 9 que teve lágrimas, o que só aumentou a responsabilidade do holandês. Não tinha só de marcar golos mas também cair nas graças da família. “Perdemos” um 9, mas ganhámos um novo 28. Que é mais do que um 9.

Também seria difícil imaginar um 8 como o que temos agora. Sobre este conversamos outro dia. Importante é segurar este 5 porque é de mão cheia.